quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A Biblioteca Escolar hiperligada: percursos da hiperconexão

Entre outros documentos disponibilizados na plataforma de aprendizagem online, merece um especial destaque a publicação de Michael Sthephens intitulada “The hyperlinked school library: engage, explore, celebrate”, ou seja, em tradução livre “A biblioteca escolar hiperligada: envolva, explore, celebre”.

Publicada sob os auspícios da Associação de Bibliotecas Escolares Australianas, em memória da bibliotecária Laurel Anne Clyde, a comunicação do autor incide sobre uma série de problemas inerentes ao novo paradigma emergente, das redes sociais e ao modo como é vivenciado pela juventude uma nova forma de viver o mundo contemporâneo.

As premissas do argumento fundamentam-se nas mudanças decorrentes da utilização da Internet, no emprego e  na escola entre os estudantes. As tecnologias emergentes permitiram explorações e implicações associadas à Web 2.0 conforme concluem estudos sobre os espaços hiperconectados: Facebook, comunidades de multi-utilizadores do Wordpress e vários outros media sociais.

Estas novas tendências colocam novos desafios às aptidões do Professor Bibliotecário, relacionadas com a importância do blogue como um novo medium, com o objetivo de expandir os novos utensílios/ferramentas para melhorar a aprendizagem. Ir ao encontro das novas atitudes/comportamentos da “geração Google” implica compreender o modo como:

·         utilizam a Web social;

·         escrevem nos novos ambientes digitais;

·         aprendem diferentemente;

·         integram a tecnologia nas suas vidas;

·         vivem num mundo marcadamente diferente.

Os resultados de entrevistas a 800 jovens americanos, realizados por uma equipa da Universidade da Califórnia apontam para:

- as alterações das novas formas dos media e as consequências sobre a aprendizagem e socialização dos jovens na relação com os educadores, pais e decisores políticos;

- estar atento às instituições de educação, na agregação de novos talentos e até mesmo com a participação orientada de novos parceiros;

- a necessidade de as instituições educativas acompanharem as mudanças introduzidas pelos media digitais.

O ambiente colocado pelas novas realidades digitais dos jovens implica compreender as literacias digitais.

Nesse novo contexto, defende-se a exploração de novas ferramentas emergentes para ampliar o papel das bibliotecas escolares, através do blogue como um medium de grande efeito, estendendo as possibilidades de wikis, da conversação baseada na Web, do Flickr, Twitter, Skype, mundos virtuais e outros. A utilização do blogue para incentivar a escrita dos estudantes e a criação de uma comunidade virtual de multi-utilizadores, através do Wordpress é sugerida como uma forma de motivar para uma participação alargada.

Acrescentam-se como utensílios digitais as seguintes aplicações/programas:

  • aplicações livres como o Audacity para gravar e editar podcasts;
  • recorrer a uma câmera digital para desenvolver aptidões visuais;
  • expandir a criatividade com breves segmentos de vídeo, com camcorders de baixo custo;
  • utilizar o Skype para ligar uma turma ao mundo;
  • criar uma rede social da escola com o Ning.

Tais ideias trazem a tecnologia para a escola, explorando a ideia de que com um simples médium, se podem expandir módulos de aprendizagem digital.

Alguns dos tópicos-chave das caraterísiticas para criar uma experiência de aprendizagem no século XXI, como professor/bibliotecário/especialista dos média, tendo em atenção a relação com os interesses dos alunos são os seguintes:

Curiosidade                                                                           Quebrar barreiras

Exploração                                                                             Usar a evidência

Transparência e abertura                                                     Ser seletivo

Criatividade                                                                          Estar preparado para falhar

Flexibilidade                                                                          Não ter medo de mudar

Jogar=aprender                                                                    Ser persistente

A celebração destas novas tendências seria concretizada no papel que as bibliotecas escolares, públicas e universitárias representariam, através de uma rede conectada pelos espaços colaborativos e online, da Web, formando um apoio e serviço permanente, acompanhando o crescimento dos estudantes.
 

Relatório final


CF António Sérgio e CF Prof. João Soares

Oficina de Formação – A Biblioteca Escolar 2.0 – A distância/online (Turma 2)
 

Tendo por finalidade realizar um breve balanço da Ação de Formação acima mencionada, na modalidade de blended learning, podemos desde logo referir que apresenta, por um lado, vantagens relativamente às orientações em regime presencial e, por outro lado, a leitura, interpretação e análise de documentos online, que permite aos formandos interiorizar processos em regime de autoaprendizagem. A interatividade síncrona e assíncrona, foram outras formas interessantes de comunicar através da plataforma digital.

A sequência dos módulos propostos pela equipa de formadores foi muito bem concebida e planeada, não só, pela possibilidade de escolha entre os dois tipos de suportes de comunicação (Blogger e Wordpress), a funcionar como e-portfólio das quatro sessões propostas e respetivos domínios de aplicação, como também pela diversidade de leituras e recursos digitais sugeridos. Pessoalmente, considero que os vários caminhos e linhas de orientação permitiram, em certos casos, aflorar e noutros aprofundar, dimensões das ferramentas/instrumentos digitais, que requerem uma continuidade da exploração dos meios que nos foram dados a conhecer, numa base experimental. Porém, algumas dificuldades inesperadas surgiram, essencialmente na conversão de ficheiros, sobretudo na concretização do produto final, a apresentar em “postagens” áudio e vídeo do blog. Estas foram resolvidas, em parte, pelos tutoriais, embora nesse plano se sentisse a necessidade de um acompanhamento de maior proximidade da equipa de formação, na extensão das aulas presenciais, para uma mais eficaz assimilação das fases de execução, na operacionalização das ações a realizar.

A relação entre a Web 2.0 e a BE 2.0 reconfiguram por sua vez, a necessidade de refletir, a perceção da biblioteca escolar como subsistema crucial do sistema escolar, mas também, o papel social e educativo do professor bibliotecário, já não apenas como agente clássico de gestão do fundo documental, mas como descobridor de novos caminhos como especialista dos média, na interação com os diversos agentes da comunidade educativa, em especial os alunos, os professores, os encarregados de educação e auxiliares administrativos e operacionais. Nesse sentido, é fundamental criar, produzir, editar, partilhar, difundir e projetar, através de diversos canais de comunicação. Na comunicação eletrónica, destaco a experiência sincronizada e agendada pelos formadores via Teamviewer, cuja participação contribuiu para debater a importância, em especial, do Facebook, mas também de outras redes sociais, direcionadas sobretudo, para o plano do emissor institucional, da BE/Centro de Recursos, no contexto da escola. Nessa perspetiva, é essencial não perder de vista, no horizonte das estratégias, que as linguagens mediáticas dos conteúdos integrados na Web, deveriam ter como prioridade, a adequação à mentalidade e à época das novas gerações, como principal público-alvo.

O historiador norte americano Mark Poster afirmava que “no século XX, os média electrónicos sustentavam uma transformação igualmente profunda da identidade cultural. O telefone, a rádio, o cinema, a televisão, o computador e, agora, a sua integração no multimédia reconfiguram palavras, sons e imagens de maneira a cultivar novas formas de identidade”.  POSTER, Mark – A segunda era dos média. Oeiras: Celta editora, 2000. p. 36

Esta perspetiva teórica, reformulada, segundo o autor, no âmbito das virtualidades pós-modernas, pode ser contextualizada no âmbito de um Modo de Produção da Informação, sucessor do Modo de Produção das sociedades capitalistas, de economia de mercado. Se assim for, estamos perante uma nova sociologia do consumo, em que novos dispositivos móveis interagem entre si numa relação entre humanos e máquinas (cibernética), que prefigura um novo paradigma, a sociedade do conhecimento/em rede, que segundo outros autores (David Lyon, Manuel Castells), revela também novas tendências na educação globalizada. No cenário atual, os media sociais, ou redes sociais representam também uma nova metamorfose na comunicação interativa.

No quadro da oficina de formação sobre a Biblioteca Escolar 2.0 revelou-se por isso muito interessante a motivação para a exploração de marcadores sociais (Diigo), que nos permitem requalificar e pesquisar os textos, de acordo com a indexação de palavras-chave que nos fazem intercomunicar com comunidades práticas virtuais, partilhando afinidades de interesses. Ou então, trabalhar para a construção de bases de dados numa perspetiva regional integradora, do património dos catálogos bibliográficos e de recursos eletrónicos, em linha e em rede.

Por último, é nosso propósito intervir a curto prazo, a nível de escola:

  • Na conceção e planeamento de um novo blogue, para a produção, pesquisa e difusão dos produtos e serviços do Centro de Recurso Educativos Multimédia, da Escola Secundária Rainha Dona Leonor, de modo a canalizar e aperfeiçoar, numa perspetiva mais pragmática, a aplicação dos conhecimentos adquiridos no projeto experimental da oficina de formação;
  • Recolher fotos e/ou imagens animadas de um Concurso de Leitura Expressiva (8ª edição), agendado para o dia 10 de abril;
  • Publicar notícias, em texto, imagem, som ou audiovisual, através de hiperligações ao sítio da escola, ou, de maneira mais autónoma num blogue, se entretanto já tiver sido criado.

Autoria individual: Carlos Carvalho

28/02/2013

Concelho de Lisboa

Escola Secundária Rainha Dona Leonor

 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Centro de Recursos Educativos Multimédia

Uma experiência de registo de som


LISBOA, Irene - Uma mão cheia de nada outra de coisa nenhuma. Lisboa: Presença, 2003. p. 91-92
Obra de Irene Lisboa, escolhida tendo em conta a nota introdutória de Paula Morão:
“Pensando no leitor Jovem, Irene Lisboa construiu uma escrita em que a atitude é de esperança, no futuro e em si, e de encanto, por si e pelo mundo, prevalecendo este estado positivo. Revelar segredos dos pensamentos, dos sentidos, neles se ir descobrindo e identificando será uma das motivações comuns à adolescência. Os processos minuciosos com que se apresentam estes “segredos” captarão naturalmente, os leitores”.
Locução de voz do texto a seguir apresentado: Andreia Mamede


https://soundcloud.com/user998058886/a-sina

Quiromancia - linhas, montes e símbolos da arte de ler mãos